O ponto de fuga fugiu
Sobrevivendo e observando a diversidade cultural que me cerca. Qualquer semelhança com fatos reais tera sido mera coincidência;)
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
A surpresa alheia.
Fui uma menina que cresceu no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas, com um pai que nunca me deixou baixar a cabeça. Sempre escutei dele: todos cagam, todos fedem quando morrem, não tenha medo de falar nada com ninguém. E assim, cresci, pobre-abusada, metidinha para muitos, boa amiga para os que não têm medo da verdade que nunca escondo.
Ontem, mais uma vez veio aquela sensação da surpresa alheia, que de alguma forma me incomoda. O que é a surpresa alheia?! É aquela vinda de pessoas que não te conhecem ou acham que conhecem e quando te vêem "bem" ficam surpresas. Oh!
Semana passada um cara que estudou comigo na faculdade me adicionou no facebook. Nunca fomos íntimos, éramos da mesma turma, nos cruzamos em algumas matérias, mais nada além disso. Ele era da turminha zona sul carioca, super normal num curso de arquitetura, tinha uma pinta meio gay, super normal num curso de arquitetura mas pessoalmente caguei pra vida sexual dele, enfim, era só o que eu sabia da peça...ressurgido das cinzas me adiciona. Apesar de achar estranho, devido a nossa falta de convivência, aceitei com restrições. Um network sempre é bem vindo e no caso dele, dono de loja do ramo, não era bom negligenciar. Dei uma fuçadinha básica no perfil da figura antes de mais nada, of course, quem nunca? Casou com uma mulher, bem viajado, abrindo várias filias na nata carioca, ok...pas mal.
Ontem, do nada, a figura puxou papo comigo. Depois do "oi, tudo bem" veio a pergunta de bate e pronto, sem nem passar uma manteiga: "ta morando na frança?" "trabalha com arquitetura?"
Oi?!
Com minhas respostas positivas e não satisfeito, continuou o interrogatório: "casou com francês?"
Epa! como assim?! Esta é a única forma de morar no exterior? Resolvi dar uma sacaneada, respondi não e fiquei esperando a reação e já que estava fuçando minha vida comecei a fuçar a dele.
Inconformado ele após responder rapidamente minhas perguntas, voltou: "como está morando aí? tem nacionalidade?"
Surpresa alheia MODE ON!
Depois dessa o que fazer? Dar uma floreada na história real, afinal de contas tá pedindo né?!
Comentário final do rapaz: "chique arquitetando na França"
Eu: "me divirto com o glamour que as pessoas ainda nos dias de hoje fazem com a França"
ele: "europa né, enfim, aproveite, bjs"
Desejei boas festas e ele felicidades pra mim.
Bicha fofoqueira invejosa!
terça-feira, 26 de março de 2013
Desabafo
Quantas provas a pessoa tem que passar para estar preparada para a recompensa?!
Estou prestes a fazer dois anos em terras francesas e nada de emprego. Será a crise? Será preconceito com o estrangeiro? Será incompetência? Será tudo isso junto?
Já tentei arrumar emprego sozinha. Nada.
Já estou com apoio profissional. Quer dizer: agência de emprego, coaching...Nada.
E o que mais me revolta e ver gente com menos competência que eu empregada porque conhece a pessoa certa.
Eu acho o cúmulo ter que puxar saco pra conseguir algo. Não posso exigir isto de ninguém e não quero ter algo desta forma!
Mas se não for assim...será que as forças do além querem me convencer disto?
Uma coisa é unanime. Em terras francesas sou superdiplomada. Fato! Existe uma lei que eu TENHO que ser empregada em um posto alto pelo meu nível de estudo. Ok, mas e a minha vontade? não conta? Eu quero fazer um trabalho de merda e ninguém deixa! Que raio de país é este que voce não pode ocupar o posto que voce quer pelo simples fato que você é qualificado demais? Onde está a liberté, egalité et fraternité?! O diploma é meu e eu quero ter direito de jogar no lixo, será possível isso!?
Ah, não existe a lei e eu não posso passar por cima dela. Tá mas eu posso, me dá um contrato aí que eu assino que eu estou cagando pra lei de voces e eu quero me ocupar!
Ah, como se não bastasse agora eu tenho um perfil atípico. Pode?!
Claro, os franceses são mestres em qualificar, no país da formação quem não tem um carimbo se lasca.
A luz no fim do túnel, na verdade era um trem que acabou de me atropelar.
Não estou vendo solução. O tempo está passando por cima de mim e o que fazer?
Não posso estudar, estou velha demais e além disso não quero estudar eu quero colocar a mão na massa!
Não posso dar aula, porque tenho que ter uma indicação de alguém de dentro da faculdade que me puxe lá pra dentro. Politicagem acadêmica?! Já vi e tô fora!
Não posso trabalhar porque sou atípica, superdiplomada e não conheço ninguém com força suficiente pra me "indicar" pra um trabalho qualquer que seja. Sim, nesta cidade o QI (quem indica) é fundamental!
Que faço eu? Tenho um filho como todo mundo quer que eu faça?! Não quero filho eu quero um emprego pelamor!
Vencer um sistema é possível?! To chegando a conclusão que não...estão acabando com as minhas armas...até quando eu vou continuar lutando?! Estou prestes a jogar a toalha. Mas o que fazer? Voltar pro Brasil? Fazer o que?
quarta-feira, 18 de julho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Orgulho nacional
Brasileiros tinham que aprender, pelo menos isso, com os estrangeiros: a ter orgulho do país que vive.
E isso é tão forte que quando um brasileiro vai morar no exterior, compra a idéia que está no paraíso e começa a colocar mais pra baixo ainda o nosso Brasil.
Gente, coisa ruim tem em qualquer parte do mundo. Aqui na França eu tenho pavor dos árabes...sem generalizar e mal comparando, os árabes na França são como os piores favelados no Rio de Janeiro!
Daí vem nego dizer que tem medo de andar no Brasil porque a violencia está demais...ok, vai andar num banlieue (periferia) de qualquer cidade francesa e me dizer que se sente segura, confortável e feliz da vida?!
Os europeus querem e falam mal do seu país, mas não admitem que estrangeiro, mesmo morando fale e sabem vender o seu peixe muito bem quando contam maravilhas do lugar onde vivem.
Não sou uma brasileira ingrata e tenho sim vontade de voltar a morar no Brasil.
Alguns podem falar: ah, tá falando bem do Brasil porque não tá lá?!
A questão não é essa. O ponto que eu quero chegar é que existem problemas em todos os lugares, e são proporcionais ao tamanho da cidade. Um bom exemplo é que da última vez que fui a Paris, demorei 2hs pra chegar de carro em um lugar que o GPS indicava que eu ia chegar em 15 minutos, senão tivesse o transito absurdo que estava. Me senti no Rio de Janeiro!
O paraíso não existe. Precisamos aprender a lavar a nossa roupa suja em casa e quando formos falar de nosso país vamos espalhar coisas boas, assim como os gringos fazem ;)
terça-feira, 12 de junho de 2012
O mundo dá voltas...
É default, eu sei, é óbvio, eu sei. Mas, não é porque o mundo dá voltas que voce tem que voltar para o mesmo lugar não é mesmo?
Daí que eu tentei, procurei, evitei até, mas o inevitável aconteceu tive que pedir penico para um lugar que eu não pensava em voltar nunca mais.
O pior, já xeretei e muitas pessoas já sairam de lá, mas as duas que mais me incomodavam continuam, firmes e fortes...e ainda, vários dizem que é lá que terei espaço :O
Como já desisti de brigar com o destino e estou numas de rir do que está por vir, porque se estão aprontando comigo é porque tenho algo a aprender.
Daí que decidir apostar e estou aguardando o que está por vir. Será que terei que encarar velhos fantasmas?!
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Como não tenho twiter e nem quero ter...
E não posso publicar no facebook para não chatear as pessoas, la vai!
O ser humano vai para os Estados Unidos e a primeira coisa que faz é postar uma foto da loja Abercrombiefitch que nem sei se é assim que se escreve, mas é uniforme entre os descoladinhos da burguesia carioca.
Eu, particularmente, acho podre. Todas as roupas ou todas as roupas que a cariocada compra vem com o nome grafada em letras garrafais desta loja. O que me faz lembrar muito da extinta Pakalolo com suas cores fluorescentes e seu logo por toda a parte da minha adolescência que com muito orgulho não viu a cor do meu dinheirinho. Alguém desta época?
Enfim, sou totalmente contra pagar uma fortuna por alguma coisa e continuar fazendo propaganda sem levar nada. Talvez seja por isso que eu não veja graça nas tão cobiçadas vutton. É um tal de LV pra tudo que é lado que mesmo se eu fosse melhardária e presenteada com estas fofuras eu aceitaria de bom grado e...daria para alguém!
Gente, será que nos isteites não tem nada mais interessante do que isto? Das fotos de pessoas que já foram pra lá são 3 tipos: pratos colossais de comida, lojas modinha e Disney. Eu já não tenho a mínima vontade de conhecer este parte do território americano e ainda ficam divulgando estas fotos...aff...é muita futilidade para a minha humilde cabecinha!
quarta-feira, 18 de abril de 2012
ah sempre Clarice Lispector...
"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou uma desesperada e estou cansada, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparada estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui."
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